sexta-feira, 22 de abril de 2011

Animais, objetivos e depressão

Durante várias vezes em minha vida, vi pessoas comentando ou a maioria das vezes assisti a reportagens na TV, onde mostravam pessoas que curaram sua depressão com a aquisição de algum animal de estimação. Sempre achei aquilo absurdo, não conseguia alcançar tal entendimento para que na minha cabeça, ou na minha vida aquilo se tornasse real.
Eu sempre estive rodeada de animais, eles sempre foram essencial para mim tal como comer, e não importava o tipo, tive de cachorro e gato até cobras e aranhas. E durante minha pior fase de depressão tive uma pequena-grande companhia, pequena porque se tratava de uma Dauchound especial, uma peludinha muito comum na Europa e no Japão e difícil de ser no Brasil. Ela ficava comigo 100% do tempo, onde quer que eu fosse ela ia me seguindo, seja por quantas horas eu ficasse dormindo deprimida ela ficava ao meu lado na cama, às vezes ela permaneci ali 15, 20 horas comigo seguidas sem comer, beber água ou fazer xixi simplesmente estava ali, eu a enchia de carinha, de desabafos de lágrimas e ela me retribuía estando sempre ali. Mas culposamente vou dizer que não me fez me sentir melhor ou menos triste, além disso, tinha minha gatinha que muitas vezes estava ali comigo também, mas... nada mudava, por isso ver uma melhora em pessoas deprimidas na TV apenas por adquirir um animal não me fazia sentido.
Mas até que um dia algo parecido com essa idéia me fez um sentido, algo que vou comparar aqui e espero não ser mal interpretada pela comparação é somente uma analogia. Eu obtive uma aquisição em minha vida que foi essencial para grande parte da minha melhora, sabe o que foi... meu filhote, sim um filho que me obrigou a sair daquela cama, a enfrentar o dia-a-dia, a ser obrigada a estar acordada, ativa a ter que realizar tarefas, já que ele dependia de mim 100%, claro que não foi da noite para o dia, mudanças não acontecem assim, passei a gravidez inteira, deprimida, com síndrome de pânico, não conseguindo me alimentar, sem medicação, dependendo apenas da terapia, devido a isso tive uma gravidez complicada, com um parto prematuro, um bebe magrinho mas ainda bem saudável, e é até hoje, nunca sequer ficou doente e nos primeiro meses não me deu um trabalho de cólica choros e etc... Ainda nos primeiros meses continuei sem energia, deprimida, com síndrome do pânico, sem conseguir amamentar, ou me sentir conectada ao meu filho, como tudo na minha vida até aquele momento, já que a depressão não nos deixa ver o mundo colorido ou nos permite fazer conexões a ele, mas, aos poucos, fui absorvendo meu papel de mãe e naturalmente fui levantando da cama, achando energia, controlando meu humor (claro com a ajuda da terapia e da medicação que pude retornar a tomar após a amamentação), diminuindo a agressividade, ah e essa diminuição também devo a ele, pois avaliei que não quero meu filho vivendo em uma ambiente desse, se assustando e aprendendo a ser agressivo, tudo que quero é um filho saudável e normal, mas essa mudança começou a acontecer quando ele tinha uns 3 meses, e mês-a-mês algo acontecia e percebi algo que minha psicóloga insistia em dizer e que desde de que tive o Arthur ela falava mais e mais “ter objetivos na vida”, que até os 6 meses dele eu realmente não tinha, mas ali comecei a ter vontade de viajar em família, proporcionar uma boa vida a ele, fazer minha parte na vida a dois e para isso tinha que mudar minha atitudes, pensamentos e energia, mas sabemos o quão difícil é isso, estou tentando até hoje, e vou tentar todos os dias pelo resto de minha vida pois sei que não vou me curar totalmente apenas aprender a conviver da melhor maneira possível com minha doença. E um passo importante para tudo isso acontecer foi trabalhar, e tem sido muito saudável, sabemos que um problemas de todos os boderlines é se manter  em um trabalho, me vigio a todos os minutos, reflito a cada atitude fico na expectativa de bater meu Record de tempo em serviço e na verdade mesmo que daqui pra frente eu trabalhe 10 aos, vou continuar me vigiando e me preocupando se vou conseguir chegar ao final de mais um mês.
Eu sei que eu em 11 meses alcancei um bom pedaço atrasado do caminho da vida, ah caminhei bastante, não o suficiente, mas acredito que como continuamos a caminhar até o final de nossa vida, nunca será o suficiente e, portanto me aproximo de uma vida “normal” a cada passo, normal entre aspas porque quem sabe o que é normal, cada um tem seu jeito de viver a vida. E digo emocionada que meu trajeto de vida deixou de ser sinuoso graças ao Arthur e aos objetivos traçados na espera de alcançá-los, claro que outras coisas e pessoas contribuíram, e que uma vez caminhando só adiciono outras coisas, pessoas e situações que vão complementando, movendo, energizando minha vida, meu dia, minha caminhada. E hoje sem terapia com os presentes que recebo a cada dia vou enfrentando as dificuldades, coisa que antes mesmo com terapia eram difíceis de serem enfrentadas, dizer que é fácil, digo não é, dizer que é fácil controlar atitudes, emoções e pensamentos não são que é fácil ter que respirar fundo, engolir as coisas, sufocar a raiva e a carência, não é, dizer que enfrentar o dia-a-dia, o mundo que está lá fora, não é, mas posso de dizer que acabei de perceber que consigo compreender um email que certa vez recebi de minha psicóloga, um que dizia que cada dia é um presente de Deus, que devemos aceitá-lo e desembrulhar o pacote e aceitar tudo aquilo que está lá dentro, e a questão aqui não é Deus, pois não sou muito religiosa.
Claro que não estou dizendo que ter um filho é a solução dos problemas, só estou repassando o que funcionou comigo, e posso dizer que hoje que penso diferente ao ouvir dizer que alguém melhorou de sua depressão graças a um animalzinho!!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Hiroshima

“Sou minha própria bomba e meus sentimentos o detonador, meu cérebro é uma Hiroshima permanente.”
Nossa, profunda, eu achei esta frase perfeita... para a minha pessoa foi uma tradução da minha dor, dos meu conflitos internos e das minhas emoções e sensações...
Eu me sinto esta bomba ambulante, meus sentimentos, ou seja, esse desespero de necessitar atenção, o medo de estar sozinha, tudo me detona, me faz perder o chão, me descontrolar, sair de mim... e fazer coisas... que desespero, que sofrimento sentir tudo que passa aqui no meu peito, até dói fisicamente, acabo por mexer  no meu metabolismo, pulsação acelerada, adrenalina, dificuldade de respirar, o coração pulando tão forte que parece que vai rasgar meu peito.
Meu cérebro, ah esse não para, me alucina, não me deixa em paz, é uma enxurrada de pensamento que refletem no meu âmago, me ativam meus sentimento, é cada paranóia!!
Qual impacto tem essa frase para você!!!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Instabilidades

Como sempre foi difícil manter um relacionamento em minha vida, seja ele de amizade ou de amor, me recorda que desde pequena por mais que eu quisesse e sonhasse com uma amiga, era difícil e veja que como uma dependente emocional a necessidade era grande, de ter aquela melhor amiga, super grudada, invejava muito que tinha isso. Ao longo da minha vida posso dizer que dá para contar nos dedos os amigos que tive, e claro morria de ciúmes deles, os queria só para mim, hoje em dia posso dizer que estou no zero, no momento sem nenhum amigo próximo!!
Quanto aos relacionamentos amorosos... instáveis.  O filme relata a dificuldade da personagem em manter um relacionamento, uma profissão, ou seja, uma vida estável. Em meus relacionamentos amorosos era complicado  saber se era amor ou dependência, posso dizer que a alguns olhos foram muitos, muitas brigas, explosões e cobranças, mas no final sempre me sentindo incapaz de ser feliz, não amada o suficiente, ou seja com aquele vazio de sempre e esta tortura pela qual passava acabava sendo retransmitida a eles.
Li um trabalho cientifico onde fala da dificuldade de um boderline manter-se em um emprego, eu tive sempre esta dificuldade, no começo era tudo uma maravilha, aquela onde de excitação, mas com o tempo vinha o desânimo, e a instabilidade emocional devido a esta frustração toma conta, seguir uma rotina, ordens e a tentativa em estabelecer  um relacionamento profissional são massacrantes, sinto a pressão me arrasar.
Fica difícil estar nestas situações, pois a sociedade no cobra um papel de trabalhador, bem relacionada em quesitos amorosos e de amizade e com mas esta pressão que sofremos, pois acabamos sendo criticados, apontados e julgados, nos torna a tarefa de viver de uma forma mais normal e igual ainda mais difícil.

Instabilidades

Como sempre foi difícil manter um relacionamento em minha vida, seja ele de amizade ou de amor, me recorda que desde pequena por mais que eu quisesse e sonhasse com uma amiga, era difícil e veja que como uma dependente emocional a necessidade era grande, de ter aquela melhor amiga, super grudada, invejava muito que tinha isso. Ao longo da minha vida posso dizer que dá para contar nos dedos os amigos que tive, e claro morria de ciúmes deles, os queria só para mim, hoje em dia posso dizer que estou no zero, no momento sem nenhum amigo próximo!!
Quanto aos relacionamentos amorosos... instáveis.  O filme relata a dificuldade da personagem em manter um relacionamento, uma profissão, ou seja, uma vida estável. Em meus relacionamentos amorosos era complicado  saber se era amor ou dependência, posso dizer que a alguns olhos foram muitos, muitas brigas, explosões e cobranças, mas no final sempre me sentindo incapaz de ser feliz, não amada o suficiente, ou seja com aquele vazio de sempre e esta tortura pela qual passava acabava sendo retransmitida a eles.
Li um trabalho cientifico onde fala da dificuldade de um boderline manter-se em um emprego, eu tive sempre esta dificuldade, no começo era tudo uma maravilha, aquela onde de excitação, mas com o tempo vinha o desânimo, e a instabilidade emocional devido a esta frustração toma conta, seguir uma rotina, ordens e a tentativa em estabelecer  um relacionamento profissional são massacrantes, sinto a pressão me arrasar.
Fica difícil estar nestas situações, pois a sociedade no cobra um papel de trabalhador, bem relacionada em quesitos amorosos e de amizade e com mas esta pressão que sofremos, pois acabamos sendo criticados, apontados e julgados, nos torna a tarefa de viver de uma forma mais normal e igual ainda mais difícil.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

SOU TRANSPARENTE?

Ser transparente, invisível aos olhos de todos, será que é a velha sensação de abandono ou de que não recebe atenção suficiente típicos de um boderline. Parece que lidamos com nossos temores, sensações e sentimentos sozinhos, por mais que falemos ninguém pode entender o peso da angustia que carregamos, acreditamos que pedimos ajuda, que gritamos, mas que ninguém se importa, e vem a sensação de que temos que lidar com isso tudo sozinhos, mas não podemos, somos dependentes, precisamos de apoio, de orientação de amor, necessitamos ser infinitamente amados, e pensando assim acreditamos que essa dor irá diminuir, mas para mim não é o que acontece, quanto mais busco atenção porque estou mal e insegura, mais eu quero e quando esta atenção cessa, a frustração toma conta e no meu caso o que vem depois disso é só descontrole, agressão e raivaaaaaaaaaaaa!!!!
Eu me sinto sim transparente, eu me sinto negligenciada, eu tenho vários temores, tenho sensações que se tornam físicas, tenho um turbilhão de sentimentos impossíveis de controlar, meu peito, minha garganta, minha mente grita por tanta angústia.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Porque sou Boderline?

A primeira vez que me deparei com o termo Boderline, foi lendo um livro sobre transtornos psiquiátrico-psicológicos na biblioteca de minha faculdade, e foi ali que soube assim que terminei de ler que eu era uma Boderline, mas tinha só uma questão, naquele livro dizia que é propicio  desenvolver a doença pessoa que sofreram abusos sexuais durante a infância, isso não fazia sentido para mim, pois não ocorreu comigo, fui tirar esta dúvida com minha psicóloga, ela me disse que nem sempre, e posso dizer que foi a partir daí que buscamos confirmar se meu problema era por ser Boderline.
Como disse não sofri abusos sexuais, mas também não sei ao certo o que me levou a ser Boderline, mas sei que o que sinto hoje já sentia quando era criança, sempre achando que estava sendo posta de lado, me sentindo abandonada, triste, dependente, sem conseguir me desenvolver em círculos de amizades, me pergunto será que o fato de ter pais que trabalhavam fora, o tempo que permanecia sozinha ou com babás, a pouca atenção de meus pais quando estavam presentes ( se é que era pouca mesmo, ou é parte do meu buraco gigante emocional), o fato de as medidas disciplinares utilizadas fossem o chinelo e o cinto e o ciúmes que sentia de minha irmã me levaram a isto? Meus pais insistem em falar que eu era um bebe, tranqüilo, feliz e sorridente e que assim se sucederam ao longo dos primeiros anos, então onde tudo mudou? O que aconteceu?
Para você de onde, quando e porque veio o fato de se tornar um Boderline?

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

ABANDONO E SOLIDÃO

Para mim a sensação de abandono e solidão é constante, não importa onde esteja com quantas pessoas esteja nunca é o suficiente, e isto vem desde a minha infância, não sei se a dificuldade de ter amigos ou ausências de pais que trabalhavam, não sabe a causa, até hoje mesmo estando rodeada de minha família, se eles resolvem fazer algo e não sou convidada na hora me sinto excluída e com isso muito furiosa, explodo na hora, meu marido me dá atenção mas nunca é suficiente para tapar este buraco emocional, sempre exijo mais, porque preciso de mais. O fato dele se atrasar para chegar em casa do trabalho já me faz entrar em pânico, sinto-me deixada de lado e sozinha, o que é claro eu pensando racionalmente eu sei que é uma grande besteira, mas a questão é que não consigo pensar racionalmente,só emocionalmente, é uma sensação tão mais poderosa que me domina, deixando meu racional paralisado, sinto me trocada pela disponibilidade em ir a um churrasco com os amigos, mas não estar comigo, sem mais nada por perto. Talvez outro nome disso seja frustração!!!
Só sei que sou emocionalmente/afetivamente dependente, quando morava com meus pai, deles, hoje um pouco deles e totalmente do meu marido, preciso dele para ter equilíbrio, espero, acredito eu como todos os boderlines um dia alcançar esta independência e equilíbrio....
PARA VOCES COMO É A SENSAÇÃO DE  ABANDONO E SOLIDÃO????